Nesta semana, iniciamos a Quaresma Santa do Senhor. Vamos nos preparar.
O jejum
O jejum constitui um dos princípios fundamentais da vida cristã; ele torna o devoto capaz de viver de acordo com a vontade de Deus; em todas as circunstâncias. Mediante a prática do jejum, a vontade de Deus poderá ser reconhecida mais facilmente, e raramente será perdida de vista. Como a respiração é função fundamental da vida física, assim o jejum e a oração representam as funções fundamentais da vida espiritual.
O pão é o alimento fundamental do povo de Deus e, ao mesmo tempo simboliza a vida. A água é insubstituível em nossa vida; ela simboliza a purificação espiritual. O jejum alimenta a oração e o impulso para Deus, dando a paz interior, pondo o corpo em harmonia com a alma.
Quando devemos jejuar, por obrigação?
– Na Quarta-feira de cinzas, abertura da Quaresma
– Na Sexta-feira Santa, dia da morte de Nosso Senhor.
No entanto, todos os católicos devem ter a mortificação e o jejum presentes em suas vidas ao longo do ano, principalmente durante a Quaresma, tendo sempre o espírito mortificado, fugindo do excesso de conforto e prazeres e, na medida do possível, oferecendo alguns sacrifícios a Deus, seja no comer, no beber, nas diversões (televisão principalmente), nos desconfortos que a vida oferece (calor, trabalho, etc.), sabendo suportar os outros, tendo paciência em tudo .Assim sendo, mesmo não sendo obrigatório, continua recomendado o jejum nas Quartas e Sextas da Quaresma, guardando-se sempre o espírito pronto para as pequenas mortificações também nos demais dias.
Quem deve jejuar?
A partir dos 21 anos, até os 60 anos, nos dias de jejum obrigatório. Quanto às crianças menores, mesmo alimentando-se bem, devem ser orientadas no sentido de oferecer pequenos sacrifícios, e acompanhar a frugalidade das refeições. As pessoas doentes podem ser dispensadas.
Como dito acima, pessoas com mais de sessenta anos não têm obrigação de jejuar, mas podem fazê-lo se não houver perigo para a saúde.
Como jejuar nos dias de jejum obrigatório?
– Café da manhã mais simples que de hábito: uma xícara de café puro, um pedaço de pão, uma fruta.
– Almoço normal, mas sem carne (peixe é permitido), sem doces e sobremesas mais apetitosas, sem bebidas alcoólicas ou refrigerantes.
– No jantar, um copo de leite ou um prato de sopa, um pedaço de pão, uma fruta.
São inúmeras as passagens das Sagradas Escrituras referentes ao jejum. Eis algumas:
–2º Reis 12,16;
– Tobias 12,8;
– Daniel 1, 6-16;
– S. Mateus 4,1;
– S. Mateus 6, 17;
– S. Mateus 17,20;
– Atos 14,22;
– 2º Coríntios 6,5A
Abstinência de carne
Dentro do mesmo espírito de mortificação, pede-nos a Santa Madre Igreja a mortificação de não comer carne às sextas-feiras, o ano todo, de modo a honrar e adorar a santa morte de Nosso Senhor. (ficam excluídas as sextas-feiras das grandes festas, conforme costume).A abstinência ainda é praticada e, diferente do jejum, começa desde a adolescência, a partir dos quatorze anos. Nas sextas-feiras do ano, e mais ainda durante os tempos de penitência, saibamos oferecer esse pequeno sacrifício a Nosso Senhor. Se vamos a um restaurante, peçamos peixe (muitos restaurantes ainda hoje servem pratos de peixe nas sextas-feiras).
O Jejum eucarístico
O jejum eucarístico é o fato de se comungar sem nenhum alimento comum no estômago, em honra à Santíssima Eucaristia. O espírito do jejum eucarístico era o de só receber a Santa Comunhão como primeiro alimento do dia. Quando o Papa Pio XII modificou a disciplina do jejum eucarístico, devido à guerra, salientou que todos os que podiam deviam praticar esse jejum, chamado natural: só tomar alimento depois da comunhão. Mesmo hoje em dia, quem assiste à Santa Missa já pela manhã pode, muitas vezes, praticar esse jejum. Hoje é determinado uma hora de jejum antes da comunhão, que é chamado de jejum eucarístico. Caso as crianças ou pessoas debilitadas precisem tomar algum medicamento antes da comunhão, podem fazê-lo, mesmo usando água ou algum outro produto para ingeri-lo.
O jejum, a abstinência e o confessionário.
Como o jejum e a abstinência fazem parte dos Mandamentos da Igreja, devemos nos empenhar para praticá-los por amor à Deus. Caso haja alguma negligência ou fraqueza da nossa vontade que nos leve a quebrar o santo jejum ou a abstinência, devemos nos arrepender por não termos obedecido ao que nos ordena nossa Santa Madre Igreja, confessando-nos por termos assim ofendido a Deus.Nos casos de esquecimento, devemos substituir essa obra por outra equivalente, como fazer o jejum em outro dia, rezar um terço, etc.
É sempre bom lembrar que a água, somente, não quebra o jejum. As pessoas inclinadas à mortificação e ao jejum não devem nunca determinar um aumento de penitência sem o consentimento explícito de algum sacerdote responsável. Pois o demônio usa, com frequência, o excesso de penitência corporal para enfraquecer a fé.